O meu percurso pessoal e profissional

Ressignificar a nossa história é altamente empoderador! À medida que nos transformamos, alteramos a narrativa que contamos!

O meu percurso
formativo e profissional

A vocação para ajudar, servir e aconselhar sempre esteve dentro de mim, desde o meu primeiro trabalho a servir cafés à mesa! Eu gostava das pessoas e as pessoas gostavam de mim, mas sempre soube que algo maior poderia vir dali.

Num determinado momento da minha vida percebi que o ato de servir um café ou uma refeição a alguém,  ajudar pessoas a encontrarem a casa dos seus sonhos ou de mediar um negócio e, até mesmo explicar funções de um electrodoméstico para suprir as necessidades de um cliente, eram apenas formas de manifestar o meu propósito mais intrínseco, que é o de inspirar e abrir caminhos. Isso, só por si, já acontece pela minha forma de estar e pela minha história de vida, pela energia de transformação e entusiasmo que trago comigo.

Infância e Adolescência

Quando era pequena sentia-me diferente de quem me rodeava. Como todas crianças, eu manifestava-me emocionalmente mas os meus comportamentos não eram compreendidos pelos adultos. À medida que fui crescendo, aumentando assim a minha compreensão da vida, capacidade de questionamento e procura de respostas, essa atitude inconformista de discordar do que me era dito, mostrado e imposto, cresceu comigo.
Então foi assim que começou a minha grande “viagem” de autodescoberta, não só intelectualmente mas também e sobretudo do ponto de vista emocional.
A memória mais antiga que tenho é do dia da morte da minha avó materna. Tinha 3 anos.
Mudei do campo para a cidade aos 5 anos e lembro-me de sofrer muito com a perda de liberdade.
Aos 7 anos fugi de casa pela primeira vez. Fui a pé para a casa da minha avó que ficava a 70 km, mas encontraram-me a uns 5 km de casa.

Passei uma adolescência super revoltada, sempre a querer fugir em modo de sobrevivência, tal como um refugiado foge dos bombardeamentos de uma guerra. Obviamente, numa outra dimensão, mas em termos de processamento emoções e activação do sistema nervoso autónomo o fenómeno é o mesmo.
Depois disso comecei a ouvir heavy metal e a ir a muitos concertos. Agora entendo que eram processos de pura catarse, e até “dentro do ambiente do heavy metal” eu me sentia diferente. As pessoas diziam-me que era a “metaleira” mais simpática e “boa onda.” O headbanging ajudava-me a processar e descarregar a raiva contida dos maus tratos do meu pai até à pré-adolescência.
Naquela altura, no Alentejo era normal e aceitável as crianças levarem pancada. Nunca baixei a guarda, fugia, revoltava-me, faltava às aulas – pura energia vital. em forma de protesto! E que saudável que isso foi!
A rebeldia se expressada sem prejudicar os outros à nossa volta, ela é uma manifestação da parte mais saudável da nossa mente e energia!
É claro que, ainda hoje, tenho que cuidar do trauma da rejeição e do abuso físico e emocional. Não me sentia amada pelos meus pais e expressava-o com unhas e dentes, mas era julgada por expressar isso e colocavam-me sempre no papel de bode expiatório (sem consciência).
Aos 17 anos tive o meu primeiro namorado que foi um evento emocionalmente difícil de gerir mas no final acabou tudo bem. A carta de amor mais bonita que recebi em toda a minha vida (até aos dias de hoje).
Comecei a trabalhar no restaurante da minha vizinha a servir às mesas, já tinha experiência de ajudar os meus pais nos seus pequenos negócios e aos 18 anos fui para Lisboa trabalhar na Expo 98.
Tenho muito boas memórias de diversão com os meus amigos – viagens, concertos, aventuras!

 

A partir dos 21 anos

Aos 21 anos assumi a gestão de um negócio e deixei de fumar.
Aos 24 anos entrei numa relação tóxica de abuso emocional e terror psicológico. Desta relação nasceu o meu filho André.
Ainda durante a gravidez do André comecei a meditar e a aprender sobre Hinduísmo e Budismo. O ambiente era tão perturbador, que eu com um bebé na barriga, sentia que tudo o que precisava, era de cultivar mais paz dentro de mim. Comecei a usar roupa branca (até então era metal girl) e adorava ir meditar a uma escola que é a Brahma Kumaris. O único sítio possível para se aprender a meditar em Beja em 2005.

Separei-me quando o bebé fez 8 meses. Vivíamos um autêntico filme de terror (que se prolongou por muitos anos apesar da separação). Eu estava, inconscientemente, a repetir os padrões da relação com o meu pai. Mas nesta repetição tudo parecia pior, estava mais vulnerável, tinha 2 negócios para gerir e um filho bebé. Após a separação, tudo se agravou. Não havia acordos ou diálogos possíveis e eu nem uma pensão de alimentos exigi. Nada. Só queria paz. Estava cansada da luta e a minha vida só melhorou quando vim viver para o Algarve. Foi uma mudança difícil porque o André não veio logo comigo. Mais uma vez, julgada por quase todos, menos por uma grande amiga que me incentivou e disse: Vai! Tu mereces refazer a tua vida!
Nunca mais me esqueço que fiquei colocada na primeira entrevista de trabalho que fiz e houve várias sincronizações que indicavam que aquele era o caminho! E foi, sem sombra de dúvida!
Em 2010 iniciei um processo psicoterapêutico, fiz o nível II de Reiki, e desde o momento que o tambor xamânico entrou na minha vida, houve algo maior que se despertou. Percebi que a minha alma era muito mais potente e expansiva do que aquilo que poderia imaginar. Entre o divã da psicanálise, as meditações com o tambor e a prática de Yoga, começou um lindo renascimento mais profundo.
Acredito que o facto de ter nascido e crescido no Alentejo me aproximou muito da Natureza, criando assim uma ligação lógica e simples ao Natural e, paralelamente, um afastamento das dimensões mais artificiais da vida.
Esta predisposição com a necessidade de me curar levou-me à premissa do meu percurso de vida: explorar a ligação à minha natureza, procurando ir de encontro à essência de “Quem eu sou”! Foi também assim que me aproximei e interessei por filosofias mais antigas, tais como o Vedanta ou o Budismo, e também mergulhei num caminho de cura através de práticas Xamânicas, sempre na procura de compreensão dos mistérios da alma e da mente humana.

Em 2013 comecei a estudar terapias corporais ocidentais e em 2014 as plantas medicinais da amazónia entraram na minha vida. O que foi outro grande marco de transformação na minha vida. Comecei a desintoxicar-me e nesse processo surgiram visões muito lindas de amor e luz. Comecei a materializar algumas dessas visões.
Tinha a certeza que os padrões de relacionamentos tóxicos tinham mudado e eu sentia-me bem, em paz e amor, como nunca me tinha sentido. Passei algum tempo sozinha sendo mãe solteira e sentia à distância “o cheiro” a comportamentos tóxicos e patológicos, que me repeliam imenso.
Nesta “onda de iluminação atrai o grande amor da minha vida”, tive as experiências mais transcendentes de Tantra e ativações da energia Kundalini e desta conexão e amor profundos, nasceu a minha filha Luna. Implementei o estilo de Parentalidade que sempre sonhei e que nunca tinha conseguido com o André (a sobrevivência era o mais importante).
Durante a gravidez da Luna, havia algo muito claro dentro de mim:
Vou curar todas as minhas feridas para que a minha filha não as carregue!
Fiz vários retiros, aprofundei o estudos Xamânicos, fiz a terapia de Rebirthing, tive um parto fácil e muito apoio no Pós-parto.
Iniciei o curso de Doula e desde então nunca mais parei de estudar, terapias, cursos de desenvolvimento pessoal e espiritual. Estivemos 5 anos numa Comunidade da Pedagogia waldorf, que também tanto tinha desejado para o André. Nos últimos dois anos iniciei práticas que fundamentais para a minha saúde e bem-estar : Jejum intermitente, Detox, prática de exercício físico, banhos de água fria! Foram muitas as conquistas, e que jamais teriam sido concretizadas sem o apoio incondicional deste grande companheiro de vida e pai da Luna.
Sinto-me num processo muito bonito de abundância e que apesar de desconstrutivo, me irá acrescentar muita prosperidade e amor!

Um resumo da
minha história de vida

Hoje em dia honro o meu percurso de vida! Jamais seria quem sou se tudo tivesse sido diferente. A vida mostra-me que existem sempre desafios, conflitos, momentos de dor para superar, mas quando aprofundamos o nosso autoconhecimento e expandimos a nossa consciência, a narrativa e a história mudam por completo – de vítimas passamos a pessoas que criamos e escolhemos a nossa realidade quando há uma compreensão maior sobre aquilo que nos acontece!

Deixo-vos aqui um breve resumo do meu percurso de vida pessoal, para que possam ver algumas dificuldades por que passei e a forma como me ergui. Com muita ajuda terapêutica, ajuda das plantas medicinais, cursos de desenvolvimento pessoal, mentorias e outras práticas de cura ancestral.
Há sempre soluções! Nunca desistam!